Saúde da Criança

Como identificar gagueira

Gagueira infantil

Repetir palavras ou frases, fazer paradas bruscas, ficar hesitante em começar ou continuar uma frase são exemplos de situações que são popularmente conhecidas como Gagueira, mas na verdade isso é chamado de quebra de fluência da fala ou de Disfluência.
Se existe uma suspeita que uma criança tem esse tipo de problema, o primeiro passo é reconhecer o que está acontecendo. É preciso notar se ela fala com algumas dessas características:

  • Repetição de sílabas – PA PA PA ssarinho;
  • Repetição excessiva da mesma palavra – Eu fui fui fui fui para escola;
  • Repetição de som – Mmmmamãe;
  • Prolongamento – Meu n___ome é ;
  • Bloqueio – um silêncio acompanhado de tensão – Fui para / casa.

É importante saber que isso não acontece somente com os gagos. Ninguém é fluente o tempo todo. Mas é muito mais comum entre 2 e 4 anos de idade, quando a criança está aprendendo a falar. Nessa fase, em que a criança está organizando os pensamentos e iniciando a fala, é normal que ela tenha alguma interrupção na fluência. Na grande maioria das vezes isso se resolve sozinho, e a criança deixa de gaguejar entre três a seis meses.
Para suspeitar que a criança tem gagueira, primeiramente deve-se reconhecer se existe essa dificuldade de fluência mencionada acima. Na gagueira essa dificuldade dura mais de 3 a 6 meses e normalmente vem acompanhada de outros características:

  • Esforço para falar fluente – É muito comum a pessoa gaga ter, juntamente com essa dificuldade de falar fluente, alguns movimentos que mostram que ela está se esforçando, o que popularmente é chamado de tiques. Por exemplo, ela pisca os olhos, aperta bastante os lábios, mexe o pescoço ou bate a mão nos momentos de dificuldade.
  • Gaguejar mesmo em situações em que ela não quer que aconteça – Outra característica da gagueira é que ela é involuntária e incontrolável, ou seja, o gago não tem o controle da situação e gagueja mesmo não querendo gaguejar. Ele faz isso sem querer e ele não tem controle sobre esse tipo de ação. Não adianta pedir para ele parar, pensar ou respirar. Ele já está fazendo tudo isso e quando alguém chama a atenção, ele ficará mais tenso e a disfluência irá piorar.
  • Ficar de alguma forma constrangido – O gago não gagueja de propósito. Por isso, deve-se ficar atento para verificar se ele apresenta alguns sentimentos como medo, embaraço, irritação ou timidez.
  • Existência de alguma situação que ele gagueja mais ou menos – Se for gagueira, é muito comum os sintomas variarem. Existem dias que não gagueja e existem dias que gagueja muito. Além disso, a gagueira tende a piorar em situações emocionalmente tensas, em que o indivíduo fica mais estressado como, por exemplo, necessidade de falar rápido, ler em voz alta para a classe da escola, discutir com os amigos.

Na criança que está aprendendo a falar e está gaguejando um pouco, deve-se aguardar para ver se o problema resolve sozinho em alguns meses. Se não resolver é preciso procurar um especialista, que no caso é um Fonoaudiólogo.
Se a criança estiver gaguejando muito, com muitos tiques, não consegue falar, tem outro problema de fala associado, passa a evitar a comunicação com outras pessoas e nitidamente está sofrendo com isso, deve-se procurar ajuda o quanto antes para evitar que esse problema se transforme em um algo mais grave.
A gagueira se não tratada pode afetar a vida da pessoa, seja ela uma criança ou um adulto. Ela pode prejudicar sua inserção social, pode trazer consequências psicológicas e até a inserção no mercado de trabalho.
Uma curiosidade a respeito da gagueira, é que uma pessoa com gagueira quando canta não gagueja. Isso ocorre porque as áreas cerebrais ativadas ao cantar são diferentes das ativadas ao falar. Ambas as tarefas ativam o chamado sistema pré-motor, mas ao cantar ativa-se o sistema lateral e ao falar o medial.

Assista no vídeo a seguir a explicação de nosso especialista!

Dra. Claudia Yasuda

CRFa: 13786. Fonoaudióloga

Graduação Fonoaudiologia pela Universidade Federal do Estado de São Paulo UNIFESP
Especialização em Distúrbios da Comunicação Humana – Ênfase em Linguagem pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP
Doutora e Mestre em Ciências pelo Programa de Distúrbios da Comunicação Humana da Unifesp, sendo sua área de pesquisa  relacionada às desordens da Fluência da fala.

Site: www.clifal.com

Telefone: (11) 5055.0605

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