Saúde da Criança

Tosse em Crianças

Como aliviar tosse em criança

A tosse existe para proteger as vias aéreas (laringe, traqueia, brônquios e pulmão) da entrada de partículas e de secreção. Ela auxilia na faxina do trato respiratório, tornando a limpeza de secreção muito mais eficiente. É por isso que mesmo sem problemas uma criança tosse em média 12 vezes por dia. Por outro lado, se a tosse se tornar mais frequente, ela funciona como um sintoma, um alerta de que algo não está bem em algum lugar do tórax.

Se uma criança está com tosse a primeira informação que se deve ter é há quanto tempo ela está com tosse. Baseada nessa informação classifica-se a tosse em aguda (até 3 semanas), subaguda (3 a 8 semanas) e crônica (mais de 8 semanas), e a partir disso tenta-se entender a causa da tosse.

As principais causas de tosse aguda são os quadros respiratórios: gripes, resfriados, traqueobronquites, asma e pneumonias.

Na grande maioria das vezes esses problemas se resolvem sozinhos em alguns dias, sem necessidade de tratamento complementar ou de ir ao hospital, mas em alguns poucos casos essas doenças podem ser graves. Para reconhecer essas situações é importante prestar a atenção nos sinais de gravidade, os chamados Sinais de Alerta:

  • Febre persistente por mais de 48hs;
  • Queda do estado geral: fraqueza, sonolência, indisposição muito intensa;
  • Falta de ar, esforço para respirar;
  • Baixa aceitação de líquidos.

Na presença de qualquer um desses sintomas deve-se procurar o Pronto Socorro. Se a criança tiver menos de 2 meses, sempre vale a pena levá-la para uma avaliação médica.

Se a criança não tiver esses sinais de alarme, deve-se observar a evolução, porque normalmente a tosse é o último sintoma a passar depois de uma gripe, e pode demorar até 4 a 6 semanas. Se a criança está com tosse por mais de seis semanas, ela está com uma tosse crônica. Nesse caso, é preciso saber se é uma tosse crônica contínua, ou se se trata de uma nova infecção aguda.

É muito comum as crianças, principalmente as que ficam na creche ou escola, ficarem gripadas várias vezes ao ano. Em muitas vezes podem ter realmente uma gripe seguida da outra. Nesses casos, o que se observa é uma melhora da tosse, e até mesmo alguns dias sem tosse, e então a tosse volta. Isso não se trata de tosse crônica, mas sim sucessivas infecções respiratórias.

Mas se a criança tosse por mais de 8 semanas todos os dias, sendo descartada essa possibilidade de ser uma infecção atrás da outra, então deve-se interpretar que ela tem um quadro de tosse crônica.

Nesses casos, deve-se reparar em três possibilidades que podem ser a causa da tosse crônica:

  • Complicações de um quadro de gripe ou resfriado, que pode ser uma sinusite e traqueobronquite, normalmente associados a pigarro, tosse à noite e eventualmente febre.
  • Doenças crônicas. Uma delas, muito comum na infância, é a asma. Crianças que têm asma costumam tossir recorrentemente. Se a criança regurgita muito, se as crises de tosse vêm logo após uma regurgitação, ou após uma refeição quando fica deitado, existe a possibilidade de ser um refluxo do estômago o causador da tosse. Outra possibilidade também é a criança ter se contaminado com alguém do convívio próximo que esteja com coqueluche ou tuberculose.
  • Corpo estranho: É comum as crianças pequenas colocarem tudo na boca. O problema disso é que ela pode engasgar e aspirar pequenos objetos, que podem obstruir as vias aéreas ou até chegar no pulmão, sendo uma das causas de tosse crônica em criança. Qualquer suspeita de que isso possa ter acontecido deve-se procurar o Pronto Socorro imediatamente.

Xaropes para a tosse não tem comprovação científica que funcionam e podem apresentar efeitos colaterais graves. Outra medicação que não deve ser utilizado em crianças são os descongestionantes nasais, que podem agir diretamente no coração.

Assista no vídeo a seguir a explicação de nosso especialista!

Debora Kalman

CRM: 124921. Pediatra

Graduação: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP
Residência em Pediatria Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Verifique também
Fechar
Botão Voltar ao topo