Saúde Mental

Como identificar um psicopata?

 

A palavra “psicopata” é usada por diversas pessoas para se referir a desafetos, ou a criminosos, mas na maioria das vezes, o termo é usado de forma equivocada.
A psicopatia é um transtorno da personalidade. A personalidade é um conjunto de características genéticas e outras apreendidas pelo ambiente e moldadas pelos pais. Trata-se de um transtorno que é causado por uma combinação de fatores. Para esse transtorno dá-se o nome de transtorno de personalidade antissocial, que acomete cerca de 1% da população, em sua maioria homens.
Não existe uma causa única para a psicopatia, mas sim uma combinação de fatores. Há o fator genético, ou seja os genes que são transmitidos pelos pais, e há o fator ambiental. Sabe-se que crianças que foram abusadas ou sofreram violências na infância, ou que cresceram com pais alcoólatras ou dependentes químicos, ou filhos de pais que tinham o transtorno de personalidade antissocial têm maior tendência a desenvolver a condição. Pessoas com transtorno de personalidade antissocial têm em comum a ausência de empatia por outros seres humanos, ou seja, uma incapacidade de se colocar no lugar do outro. Por isso, são pessoas geralmente frias e que não se importam com os sentimentos de outras pessoas.

Mas há também outras características do psicopata, como:​

  • Desconsideração pelo o que é certo ou errado. Essas pessoas não se interessam pelas regras e sim pelos interesses pessoais;
  • Manipular os outros usando mentiras, fraudes, o charme e a inteligência. Tudo para atingir seus objetivos;
  • Egocentrismo extremo, senso de superioridade, vaidade e exibicionismo. Ou seja, são pessoas que se colocam sempre acima dos outros e muitas vezes pensam que são mais que os outros;
  • Dificuldades em agir conforme as normas sociais, éticas e as leis, o que levam a constantes reprovações sociais e à recorrência de crimes diversos;
  • Impulsividade predominante ou incapacidade em seguir planos traçados para o futuro;
  • Irritabilidade e agressividade, indicadas por um histórico constante de lutas corporais ou agressões verbais violentas;
  • Desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia;
  • Irresponsabilidade constante, indicada por um repetido fracasso em manter um emprego ou honrar as suas obrigações financeiras;
  • Ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter manipulado, ferido, maltratado ou roubado outra pessoa;
  • Tendência para enganar e à falsidade, indicada por mentir compulsivamente, distorcer fatos ou ludibriar os outros para obter credibilidade, vantagens pessoais ou prazer.

Quando os sintomas começam?

Apesar das pessoas sofrerem consequências legais ou sociais, elas não mudam o comportamento. Em geral esses sintomas começam na adolescência e mostram seu auge durante os 20 e 30 anos. O comportamento mais violento tende a diminuir por volta dos 40 anos de idade.
Nem todos os criminosos são psicopatas. Em um estudo realizado, foi identificado que até 30% dos presos tinham transtorno de personalidade antissocial, ou seja, é um número muito alto visto que na população tem-se 1%, mas não quer dizer que todos os criminosos, nem mesmo a sua maioria, possuam esse transtorno.

Muitos psicopatas são violentos, mas isso não ocorre em 100% dos casos.
Vários psicopatas agem cometendo transgressões para se beneficiar de outras formas, como conto do vigário, empresas falsas, e até mesmo na política percebemos pessoas frias, que não se importam com as leis, com os sentimentos dos outros e passam por cima de tudo para obter benefícios. Ou seja, há psicopatas em todos os lugares. Também não é verdade que os psicopatas sejam pessoas muito inteligentes. Assim como na população em geral há os psicopatas muito inteligentes e os menos inteligentes. Isso é dito pois eles são muito manipuladores, mas muitas vezes essa manipulação não é de uma forma inteligente.
Muitas vezes os psicopatas não se sentem motivados a procurar um tratamento e frequentemente não dão sequência, mas existem tratamentos medicamentosos que podem ajudar a controlar um pouco a impulsividade, e as explosões de agressividade.
Mesmo que os psicopatas não aceitem fazer um tratamento, as pessoas que convivem com ele podem se beneficiar muito com um apoio de um psicólogo ou um psiquiatra, pois ele poderá ajudar a lidar melhor com essa tarefa tão difícil.
Estudos recentes na área da neurociência apontam que a psicopatia está estritamente ligada à má formação das estruturas cerebrais que compõem o sistema límbico, os lobos pré-frontais e o córtex pré-frontal. Estruturas essas responsáveis pelas emoções e tomada de decisões.

Assista no vídeo a seguir a explicação de nosso especialista!

Dr. Douglas Calderoni

CRM: 112027. Psiquiatra

Médico pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)
Psiquiatra pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (IPqHCFMUSP)
Título de especialista em Psiquiatria pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP)

Site: http://www.clinicasintropia.com.br/clinic/

Telefone: (11) 4371.0770

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